Cabra da Peste 2011

Vou fazer uma descrição da prova mais dura do brasil e uma das mais difíceis do mundo. Bom, acordei as 3 horas da amanhã de sábado para tomar café, arrumar os últimos detalhes e pegar o ônibus da organização que levaria os atletas de fora até o local da largada do longão, ou mais precisamente, o ironman do nordeste. O local de largada seria na lagoa do banana, distrito de Caucaia. A natação estava tranquila, duas voltas de 1900 mts, fiz um tempo esperado, ou seja, nadei bem para meu ritmo, depois foi o início sem fim do sofrimento. O pedal foi feito numa rodovia com o acostamento bom, mas o trânsito intenso, com carros ultrapassando outros sem a menor noção do perigo, fora as entradas e saídas de motocicletas e carros a todo momento na rodovia, vindo de estradas de terra e afins. O vento era constante na ida e na volta, pois seriam 4 voltas passando pelo local da largada. O vento e o calor foram as principais dificuldades não só para mim mas para todos os atletas, assim tive a sensação que não era só eu que estava sofrendo, desse jeito ficava mais tranquilo trabalhar a mente, um fator decisivo no cabra da peste. Tinha trechos que o vento chegava a 35 km/h e a velocidade da bike não passava os 15 ou até mesmo os 20 km/h. A primeira volta foi tranquila, fiz num ritmo bom, sem forçar demais mas também não muito lento, mas a partir da segunda volta parecia que já tinha pedalado todo o percurso, uma sensação de desespero foi tomando conta de mim e aquelas vozes nevativas que sempre aparecem em dias de prova ganhavam força, tanto que durante o pedal várias vezes pedi que furasse meu pneu, pois assim como não tinha camara reserva, saíria da prova, pois na noite anterior estava calibrando os pneus e um deles estorou com ar em excesso, assim já corri preocupado, porque não teria uma reserva durante horas de ciclismo. Bom, já que a tática de furar o pneu não estava dando certo pensei que poderia ser eliminado da prova por excesso de tempo, ou seja, o atleta tinha até 15:30 da tarde para completar a natação e o ciclismo, mas não teve jeito, no final da última volta vi que nada aconteceria então, minha mente começou a ficar mais forte e confiante pois sabia que daria para completar a prova. Um detalhe: fiz todo os 180 km numa bike road, pois minha contra relógio está sem garfo desde minha queda em agosto. Depois que terminei a etapa de ciclismo foi um alívio pois a partir daquele momento senti que o pesadelo estava acabando, mas me enganei novamente, era ali na área de transição para a corrida que meu sofrimento iria começar. Comecei bem a corrida, bem alimentado, hidratado e pronto para encarar os 42 km até a praia de Iracema, fui num ritmo tranquilo no início para sentir as pernas, depois de 45 minutos fiz a primeira parada e comecei a caminhar, fiquei alternando desse jeito até a primeira metade dos 21 km. O calor era impressionante, mesmo passando protetor solar, o corpo fritava e não adiantava jogar água porque logo em seguida o corpo pedia mais, e foi assim a prova toda, a umidade do ar muito alta também, devo ter ingerido água por uns 2 meses, só no pedal haviam 2 pontos de hidratação e cada vez pegava 3 garrafas com água gelada, sendo assim foram 24 garrafas, e na corrida mais 6, fora copos de coca-cola e gatorade . Um pouco antes da metade da maratona entrei num restaurante a beira da estrada e fui ao banheiro, estava com uma sensação de barriga cheia desde o início da prova e depois de ingerir várias bananas desidratadas, senti que precisava aliviar a carga, e saí para correr mais aliviado e leve. Logo mais a frente havia um posto de hidratação, tomei literalmente um banho de água gelada distribuída pela organização e senti que estava zero, mas, mais uma vez me enganei porque os últimos 21 km foram os mais longos e sofridos, competi com um tênis com solado fino, um detalhe que me causou várias bolhas no peito do pé e nos dedos, o drama foi aumentando pois quando iniciava um trote sentia dores nos pés e não conseguia mais correr, mas no final faltando 2 km forcei e consegui cruzar a linha de chegada. Uma emoção forte tomou conta de mim e coloquei para fora aquele choro misturado de alívio com missão cumprida, uma sensação de prazer inigualável, só quem faz uma prova como o ironman sabe como é, passar sobre o pórtico de chegada, não tem preço. Mais um ironman para a coleção e sem dúvida foi o mais difícil de todos, não só pelo calor intenso e fortes ventos, mas pelas dificuldades que enfrentei para estar largando no dia da prova, não treinei bem, sofri duas quedas feias de bike durante o treinamento e outras dificuldades, mas o mais importante de tudo foi focar minha mente e trabalhar para que pudesse chegar a qualquer custo, mesmo que fosse engatinhando, o lema é este, chegar independente de tempo ou colocação.

O Cabra da Peste está chegando!

Depois de um feriado recheado de treinos, durante a semana só nadei na quinta e hoje nadei 3.600 mts variando braços, pernas, palmar e depois uma corrida de 1 hora com frequência entre 150 e 160 bpm, esteve bom, bem tranquilo, mas na natação forcei bem os braços. Este será o último final de semana antes da prova em Fortaleza e estou ansioso mas com a cabeça tranquila, pois farei a prova mais para o lado da curtição do que da pressão, o psicológico lá conta muito, por ser muito desgastante com rajadas de vento bem fortes e o sol escaldante, por isso a idéia é completar bem curtindo todos os momentos.

Treinos, treinos e treinos...

No sábado nadei 3.600 mts e depois 1 hora de corrida, ontem foi mais uma dia proveitoso de treinos, fiz 103 km de pedal indo para Confins num ritmo nem muito forte e nem fraco, depois 40 minutos de corrida bem tranquilo, estilo trote. Hoje nadei 3.600 mts variando braços e pernas e na sequência 2 horas de corrida, acho que foi meu último longo de corrida antes do cabra da peste. Esse feriado veio realmente a calhar pois estou colocando os treinos em dia, já que não venho treinando adequadamente quando como gostaria, treinar para uma prova de ironman no segundo semestre é bem diferente do que treinar para uma ironman no primeiro semestre, tudo é diferente, mas vale a pena, já mentalizei a prova e com certeza estou pronto para encarar mais este grande desafio.

Feriado de treinos

Esta semana foi desastrosa, fiz apenas 1 treino na terça feira e foi de natação, uma vergonha mas sabia que nesta semana não renderia nada, percebi que preciso mais de atitude para treinar, sei que poderia durante todas estas semanas ter rendido bem mais, mas consegui fazer treinos longos o suficiente para me preparar fisicamente e psicolgicamente também, por isso vou aproveitar este feriado para colocar o esqueleto pronto para a batalha.

Depois de um final de semana de longos treinos, na segunda tirei para descanso, ontem nadei 3.600 variando braço e perna, mas ainda não estou conseguindo encaixar os treinos da madrugada e da noite, só a natação que está rolando, mas não vou desistir, vou seguir em frente e seja o que deus quiser, farei o melhor possível na prova, mas com certeza farei num ritmo bem mais tranquilo.

Final de semaba pauleira

Este final de semana foi um daqueles de treinos longos, no sábado fiz 160 km de bike em montanha com 6 hora e meia e depois meia hora para soltar as pernas, e hoje domingo corri 3 horas e meia, ambos os treinos feitos sob um calor forte, ideal para as condições em Fortaleza, palco do grande cabra da peste.

Continua...

Ontem fiz um treino de natação forçando pernas e braço, continuo desanimado, mas estou levando do jeito que posso, a corrida está um fracasso, a última vez que corri vai fazer 2 semanas, na verdade a corrida ficou sacrificada porque estou deixando para o final da tarde depois do serviço e o desânimo nesta hora está alto, mas já coloquei na cabeça e volto a repetir, vou fazer a prova para curtir independente do tempo.

Feriado é bom para treinar

Depois de dois dias sem treinar ontem nadei e hoje no feriado fiz meu treino de bike, girando para aquecer no início e depois fazendo um pouco de força, muito bom, 2 horas e 15 minutos. Estou com problemas de treino de força, não consigo impor aos músculos para fazerem o trabalho requisitado, mas tudo bem, muitos fatores estão contribuindo para o final de minha temporada, de qualquer forma fica sempre o pensamento de nunca desistir, vou fazer a prova tranquilo e sem pressão, curtindo o visual e tudo mais, no final sei que vou conseguir completar mais um Ironman e isto é que importa, experiência e bagagem.